domingo, 13 de setembro de 2009

Memória VR Amnésia

O que entendemos por memória?
De acordo com a definição da Wikipedia, “a memória é a capacidade de reter, recuperar, armazenar e evocar informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória humana), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial). A memória humana focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que conecta pedaços de memória e conhecimentos a fim de gerar novas idéias, ajudando a tomar decisões diárias.”


A memória é a base do conhecimento. Deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao cotidiano e acumulamos experiências para utilizar durante a vida. No esquecimento de nomes, a memória funciona, mas fornecendo nomes de substituição que sabemos ser falsos. As recordações exercem-se sobre materiais psíquicos diversos. Uns recordam-se de imagens visuais, pois as recordações têm um caracter visual. Outros não são capazes de reproduzir os contornos mais elementares do que viram.
“Até meados do século XX, a maioria dos estudos sobre aprendizagem questionava que as funções da memória seriam localizadas em regiões cerebrais específicas, alguns chegando a duvidar de que a memória seria uma função distinta da atenção, da linguagem e da percepção. Acreditava-se o armazenamento da memória seria distribuído por todo o cérebro.”
Wilder Penfield foi o primeiro a conseguir demonstrar que os processos da memória têm localizações específicas no cérebro humano. Na década de 1940, ao estimular o córtex temporal com impulsos elétricos, Penfield descobriu que as pessoas sentiam outra vez a emoção que a situação originalmente lhes havia produzido e que elas estavam conscientes das mesmas interpretações verdadeiras ou falsas que elas próprias deram à experiência pela primeira vez. Assim, a evocação de recordações pode não ser apenas uma reprodução fotográfica ou fonográfica de cenas e acontecimentos passados, mas a reprodução daquilo que a pessoa viu, ouviu, sentiu e compreendeu, não importa o tempo decorrido da gravação do episódio evocado (W.Penfield e L. Roberts, 1959).
“Estudos em pacientes com lesão do lobo temporal revelaram dois modos particularmente diferentes de aprendizagem, diferença que os psicólogos cognitivistas avaliaram em estudos com sujeitos normais. O ser humano aprende o que é o mundo apreendendo conhecimento sobre pessoas e objetos, acessíveis à consciência, usando uma forma de memória que é em geral chamada de explícita, ou aprende como fazer coisas, adquirindo habilidades motoras ou perceptivas a que a consciência não tem acesso, usando para isto a memória implícita.”


O que entendemos por amnésia?
Também de acordo com a Wikipedia, “a amnésia é a perda parcial ou total da capacidade de reter e evocar informações. Qualquer processo que prejudique a formação de uma memória a curto prazo ou a sua fixação em memória a longo prazo pode resultar em amnésia.”
As amnésias podem ser classificadas em amnésia orgânica (causada por distúrbios no funcionamento das células nervosas), através de alterações químicas, traumatismos ou transformações degenerativas (que interferem nos processos associativos) acarretando uma diminuição na capacidade de registrar e reter informações, ou amnésia psicogênica (resultante de fatores psicológicos) que inibem a recordação de certos fatos ou experiências vividas. Em linhas gerais, a amnésia psicogênica atua para reprimir da consciência experiências que causam sofrimento, deixando a memória para informações neutras intacta. Neste caso, pode-se afirmar que a pessoa decide inconscientemente esquecer o que a faz sofrer ou reviver um sofrimento. Em casos severos, quando as lembranças são intoleráveis, o indivíduo pode vivenciar a perda da memória tanto de fatos passados quanto da sua própria identidade.
As amnésias podem ainda ser divididas em termos cronológicos, em amnésia retrógrada e amnésia anterógrada. A amnésia retrógrada é a incapacidade de recordar os acontecimentos ocorridos antes do surgimento do problema, enquanto a amnésia anterógrada é à incapacidade de armazenar novas informações a longo prazo .
A depressão é a causa mais comum, porém a menos grave. Denomina-se depressão uma doença psiquiátrica, que inclui perda do ânimo e tristeza profunda superior ao mal causado pelas circunstâncias da vida.
A amnésia é uma situação patológica em que o indivíduo perde, total ou parcialmente, a memória. Esta situação pode ocorrer após algum trauma provocado no crânio da pessoa, por doenças neurodegenerativas, ou por traumas psicológicos.



Amnésia Infantil
De acordo com a definição da wikipedia, “a amnésia infantil, na teoria freudiana, é a incapacidade ou dificuldade de recordar fatos dos primeiros anos da infância, em resultado do recalque da sexualidade infantil, limitada no tempo pelo declínio do complexo de Édipo e pela entrada no período de latência”.
Segundo Freud, a memória realizava uma escolha entre impressões que se lhe oferecem, sendo obrigados a supor que essa escolha se efetua, na infância, segundo critérios diferentes dos da época da maturidade inteletual. No entanto, Freud estava errado. As recordações de infância indiferentes devem a existência a um processo de deslocação, constituindo a reprodução supletiva de outras impressões realmente importantes e de que a análise psíquica revela a existência, mas cuja reprodução direta encontra uma resistência.
Até que idade remontam as recordações de infância? Há estudos de V. e C. Henri (1897) e de Potwin (1901) de onde se pode concluir que existem grandes diferenças individuais. Certas pessoas recordam à idade de seis anos, enquanto que outras não se lembram de nenhum acontecimento anterior a essa idade. Freud acha que esta amnésia infantil não é um fenómeno natural mas um enigma. Ele dá o exemplo de uma criança de quatro anos ser capaz de um trabalho inteletual intenso e de uma vida afetiva complicada para depois deixar tao poucos traços na memória. É possível que o esquecimento infantil nos forneça meios para a conpreensão da amnésia, que segundo os mais recentes conhecimentos se encontra na base de todos os sintomas neuróticos.
“Contrariamente às memórias dos adultos, as infantis são unicamente de carater visual. Nessas cenas, verdadeiras e falsas, datando da infância, vemos regularmente figurar a nossa própria personagem infantil, com os seus contrornos e vestuário.”
As recordações de infância adquirem, de uma maneira geral, a significação de recordações de cobertura, e ao msmo tempo, uma analogia com com as recordações da infância dos povos, tal como figuram nos mitos e lendas.

Para melhor retratar, transcrevo um caso supervisionado por Freud: “ um jovem de vinte e quatro anos conserva dos seus cinco anos a recordação de estar sentado, no jardim de uma casa de campo, numa cadeira ao lado da tia, ocupada em ensinar-lhe o alfabeto. A distinção entre m e n cria-lhe alguma confusão, e pede à tia que lhe diga como será possível distingui-los. A tia faz notar que a letra m tem uma perna a mais que a letra n. Não havia razão para contestar a autenticidade desta recordação da infância, mas o seu significado só se revelou quando verificámos que era possível representá-la como uma representação simbólica de outra curiosidade. Do mesmo modo que queria entender a diferença entre o m e o n, esforçou-se mais tarde para entender a diferença entre um menino e uma menina, acabando por descobrir que a diferença era a mesma, que o menino tem qualquer coisa a mais que a menina. E foi nessa época que adquiriu este conhecimento que depertou nele a recordação da lição sobre o alfabeto”.


Bibliografia
FREUD, S., Psicopatologia da Vida Cotidiana, Idéias e Formas, 1974.
HENRI, V. e C., Inquérito sobre as Primeiras Recordações de Infância, III, 1897.
PENFIELD, W. e L. ROBERTS, Mecanismos da Fala e do Cérebro. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1959.
POTWIN, Estudo das Primeiras Memórias, Psicologia. Revisão, 1901

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